Opção A ou B?


Uma das questões determinantes para o sucesso de uma liderança é a capacidade do líder conseguir reunir esforços e vontades em torno de um objetivo comum. Isto é tão fundamental que, arrisco dizer, muitas vezes só se é um verdadeiro líder se o conseguirmos fazer. Esta questão tem o reverso da medalha pois seguir outros é também liderança…

Numa organização social/política/empresarial/civil ocidental, nos dias de hoje, é normal que uma decisão ou opção seja discutida e avaliada antes de ser tomada ou implementada. Nesse momento de avaliação, de uma forma mais ou menos democrática, diversos intervenientes têm uma palavra ou opinião a expressar. Após algum tempo de escuta e ponderação, uma decisão é tomada.

Este é um momento fundamental em qualquer empresa e um teste à liderança, pois muitas vezes acontece que, aqueles que tinham uma opinião diferente ao que foi decidido, mantêm essa mesma convicção. Se o líder não está atento a esta situação, o resultado típico na mente destes colaboradores é: “Se foi decidido A e eu acredito que era melhor B, apesar de ser obrigado ou forçado a fazer B, eu não acredito que possa resultar e por isso vou-me esforçar menos”. É por este motivo que se assiste a comportamentos de algumas pessoas que consciente ou inconscientemente sabotam os seus próprios resultados exclusivamente para provarem que tinham razão.

O trabalho do líder neste caso é certificar-se que todos estão verdadeiramente dentro do barco. Que depois de se ter decidido A, todos defendem A e se esforçam para que resulte. Só assim é que conseguimos mesmo testar A, B ou qualquer outra opção ao máximo. É importante por isso certificarmo-nos que todos compreendem a importância de seguirem esta estratégia, sabendo o que ganham se o fizerem e o que perdem se tal não acontecer.
O reverso da medalha é que liderança também é seguir e seguir bem. Um líder de si próprio também é o que consegue seguir uma decisão e aplicar-se ao máximo na busca do seu sucesso, mesmo que essa seja diferente da sua opinião. Ele sabe que só assim está a ser fiel ao seu valor de liderar pelo exemplo (entre colegas) e que só assim pode esperar que outros façam o mesmo numa situação inversa, quando chegar a sua vez de liderar processos e pessoas.

Ao sabermos liderar e seguir, garantimos que no final do processo existe uma certeza que tudo foi feito com o máximo de empenho e congruência.

Ricardo Peixe, coach, criador do método Vencer GT, formador da LIFE Training na área comportamental


Artigo previamente publicado na plataforma Dinheiro Vivo

Comportamento Não-verbal: Decifrar sinais ou ler pistas?


Já lhe aconteceu sentir que os outros não estavam a dar atenção à sua mensagem? Ou pensar que estariam a discordar, mesmo sem que o verbalizassem? Ou que a resposta obtida foi diferente do que queria? Muitas vezes, tal pode suceder por estarmos a ler inconscientemente sinais não-verbais em quem temos à frente.


Os gestos, a postura, as expressões faciais, componentes não-verbais, como nos mostra Albert Mehrabian e outros investigadores, têm maior peso no impato que produzimos, como emissores, na percepção dos interlocutores sobre a atitude associada à mensagem transmitida.

Tenho ouvido algumas pessoas dizer: “É impossível estar a toda a hora com atenção a tudo o que está a acontecer à minha frente! Deve ser bem frustrante esse líder estar sempre a pensar no que esta pessoa mostrou com o sobrolho ou na outra que fez um gesto naquele momento.”. Ao que provavelmente lhe responderia: “Isso talvez fosse tentar decifrar todos os sinais per si e compor uma manta de retalhos que não combinam entre si.”.

O que lhe proponho é juntar pistas na comunicação não-verbal da outra pessoa, aproveitando padrões de comportamento quando fizer sentido, que ajudem a ler a forma de ver a realidade que ela usa para “ler” o contexto e se comportar.
Para isso, sugiro treinar, simplesmente, o “estar com atenção”. Começando por exemplo a observar à distância o não-verbal de alguém a conversar em cafés ou centros comerciais, e perguntar: “O que pode significar aquele sinal? E que pode significar mais?”.

Pode juntar esse exercício à informação sobre padrões de comportamento não-verbal em livros e mesmo assim será contraproducente pensar que já sabe o motivo por trás deste ou daquele sinal não-verbal. Pois padrões são isso mesmo: padrões. Aplicam-se à maioria. Não exactamente a todos.

Quando comunicamos, pode ser mais interessante utilizar a técnica VEEP: Ver “Com olhos de ver”, em vez de meramente olhar o que acontece à volta; Escutar realmente o que é dito, em vez de só ouvir e imaginar o que outro poderia querer dizer; Explorar discurso e Perguntar sobre palavras do interlocutor que foram acompanhadas de sinal não-verbal incomum, em vez de “alucinar” sobremotivos, opiniões ou sinais faciais.
Querendo atingir melhores resultados na comunicação, experimente fazer VEEP. Comece discretamente com amigos ou familiares. Veja o resultado que obtém. Está mais perto do que quer? Ótimo! Está ainda um pouco aquém? Seja flexível. Será que pode melhorar algo ou fazer diferente na forma como fez?

João Ricardo Pombeiro, coach, formador da LIFE Training na área comportamental



Artigo previamente publicado na plataforma Dinheiro Vivo

Coaching no local de trabalho


Será que a introdução de um processo de Coaching nas organizações pode ser diferenciadora nos seus resultados?

Numa organização que utiliza esta ferramenta, mais do que querer entender o porquê dos resultados, visa-se entender o como se chegou ao resultado e o que se pode fazer diferente para o potencializar.

O processo de Coaching consiste numa estrutura simples que permite ajudar os outros (e as organizações como um todo), a diagnosticar o seu estado actual e analisar com consciência os resultados do presente. Por outro lado, ajuda a diagnosticar e definir objectivos específicos, ou seja, o estado desejado. Sabendo onde se está e para onde se quer ir, o foco passa a incidir no aumento do leque de escolhas para lidar com o percurso e ultrapassar os eventuais desafios. No fundo, o grande foco do Coaching é ajudar as pessoas a atingir os seus resultados.

Principais passos e benéficos do Coaching no local de trabalho:
• Define o mapa-mundo da organização – diagnóstico do nível de satisfação com as diferentes áreas organizacionais: ao nível físico (instalações, ergonomia, níveis de energia dos colaboradores), emocional (motivação, liderança, gestão de conflitos relacionais), mental (definição de objectivos, formação, aprendizagens), financeiro (lucros, vencimentos) e espiritual (missão, visão, valores).

• Orienta para o centro do alvo – sendo o alvo os resultados organizacionais é deveras importante que na organização todos “atirem” para o mesmo “ponto” no alvo. Ajudar a definir objectivos a nível individual permite alinhar o sentido da “seta”.

• Alimenta estados de recursos potencializadores - No trabalho que tenho desenvolvido enquanto coach em empresas, é muitas vezes referida a desmotivação como um entrave ao progresso. Através do Coaching ajudam-se as pessoas a activar estados que lhes permitam lidar com os desafios com maior eficácia e a serem responsáveis pela sua auto-motivação.

• Orienta na escolha das acções - numa organização qualquer performance individual ou de grupo tem impacto no todo. Somos hoje o somatório das nossas acções do passado e seremos no futuro o somatório das acções do presente, nesse sentido o Coaching orienta para o poder da escolha e para a adopção do melhor comportamento no sentido do objectivo estipulado.

Uma organização é como um barco - parada é pouco válida. Tem um destino: objectivos organizacionais; uma tripulação com tarefas definidas e que faz andar o barco - colaboradores com objectivos e funções que devem desempenhar no seu melhor. Tem também tormentas - desafios e obstáculos que tem que ser ultrapassados. O Coaching é como a bússola, todos os recursos já lá estão e simplesmente nos ajuda a encontrar certezas e clarificar o caminho. Quando sabemos onde estamos, temos claro para onde queremos ir, nos dotamos dos recursos e estados ideais para implementar acções, quer a nível individual, quer numa equipa, é inevitável a potencialização dos resultados finais e a conquista do porto de destino.

Núria Mendoza, Formadora & Coach LIFE Training


Artigo previamente publicado na plataforma online Dinheiro Vivo

Génios na sua empresa


Imagine, por breves momentos, que recebe um telefonema do Albert Einstein a oferecer-se para trabalhar na sua empresa. O que lhe diz?


Alguns dos leitores acedem rapidamente a uma resposta: “Claro que sim”! Outras dizem: “Que interesse poderia ter um génio na sua empresa”? Existem, ainda, aqueles que gostariam de o conhecer e entender os motivos que poderiam ser tidos como relevantes para este invulgar interesse de fazer parte da sua empresa em particular.


Cada um destes pensamentos me parece, numa primeira análise, interessantes e me fazem, aceder a alguns padrões das empresas portuguesas.

Algumas organizações recusariam, pensando talvez que um génio olha muito pouco para rácios de produtividade. Outras organizações teriam que demarcar muito bem o campo de acção do génio para sentirem conforto com esta nova situação.

Finalmente, haveria empresas, as que da minha experiência enquanto observadora atingem maior sucesso, que avançariam para a gestão criativa enquanto componente essencial para o desenvolvimento da empresa.
Para esta reflexão recordo a teoria do escritor e filósofo Koestler.

Para este filósofo, a explosão criadora ocorre quando duas ou mais matrizes independentes interagem entre si – fenómeno denominado de bissociação, que consiste na conexão de níveis de experiência ou sistemas de referências. Uma nova ideia é assim construída na através da associação de diferentes campos não directamente relacionados com a área de partida. Esta teoria poderá ser chave para uma nova forma de olhar a Gestão de Recursos Humanos. O que poderia acontecer se a sua empresa tivesse em si pessoas que juntassem duas forças distintas, e as tornassem numa só? Que aliasse o saber à inovação, que aglomerasse lógica a sentimento, que criasse e seguisse novos caminhos “de fazer”, mais produtivos e estimulantes?

Eu já vi algumas empresas desejarem ser diferentes de todas as outras e a solicitarem aos seus colaboradores ideias/sugestões para ajudar a produzir melhores resultados. Esta parece-me uma excelente forma de sair da caixa. No entanto também não é anormal ver caixas acrílicas onde os colaboradores devem depositar as suas fantásticas ideias. Será que um génio consegue sempre colocar por escrito a sua ideia genial? É também, usual, algumas empresas segmentarem as suas ideias. Porém, e tendo em conta esta reflexão, será que o contabilista poderá dar uma boa ideia para a área comercial? Também não é anormal ver empresas pagarem dispendiosos estudos de mercado e mesmo assim desperdiçarem informação privilegiada dos seus colaboradores e também potenciais clientes.

Os génios são todos aqueles que conseguem olhar para as suas funções e responsabilidades com uma atitude crítica e de desenvolvimento pessoal e organizacional. Logo, imagine o que poderá fazer pela sua organização se permitir que os génios da sua organização criem novas formas de fazer, pensar, executar.

Lígia Ramos, empreendedora, criativa, formadora da LIFE Training e especialista em GRH

Artigo previamente publicado na plataforma online Dinheiro Vivo

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