A crise da perspectiva da PNL

No passado dia 30 de Março, mais de 80 pessoas assistiram a um workshop com o título acima. Foi uma oportunidade de "desmontarmos" a crise. Não propriamente no sentido macroeconómico (os meus dias da Faculdade de Economia já são mesmo distantes) e sim no aspeto psicológico. O que é a "crise" para mim e como me afeta?

Para que mais pessoas possam beneficiar da análise que fizemos em conjunto, aqui fica um resumo:

1. A "crise" é uma representação interna, um conceito abstrato a que cada um atribui determinado significado. Neste sentido, a "crise" é pessoal e intransmissível.
O que é a crise para ti? Que palavras lhe associas?

O exercício feito em sala revelou, com naturalidade, que pessoas diferentes atribuem diferentes associações a crise. Na sua maioria, estas associações revelam-se extremamente abstratas.

2. Desçamos à especificidade. Quando falas em crise e no impacto que tem na tua vida, falas exatamente de quê? Talvez tenhas menos (ou mais) dinheiro, talvez não tenhas emprego, talvez pessoas da tua família estejam a experienciar determinados eventos. Talvez tenham existido alterações adaptativas na tua empresa.

Ao descer à especificidade, durante este workshop, focamo-nos sobretudo em listar os efeitos práticos e específicos da crise (esquecendo por momentos os nossos estados de alma e as nossas conjeturas mentais). Depois de encarar um dos efeitos, surge espaço para a pergunta "e agora, o que quero em vez disto"? E logo a seguir "e o que estou disposto a fazer para o conseguir"? Nem todas as pessoas se sentem bem com esta abordagem, pois sentem que lhes estão a imputar a culpa. Longe de explorar desajustadas noções de culpa, este estímulo pretende reconectar as pessoas com o seu poder de, através do seu comportamento, se aproximarem do que querem. É suficiente? Não. Há que estar preparado para ser realmente observador e flexível!

A conclusão mais importante desta fase do workshop foi que podemos não controlar a crise e o seu impacto na nossa vida, mas podemos ganhar controlo sobre os nossos estados emocionais não fazendo da situação melhor nem pior do que ela é especificamente para nós. E lidar com estes impactos é mais importante, de um ponto de vista egoísta, do que apenas experienciar estados emocionais negativos "por causa" deles.

3. Subamos até ao nível mais abstrato. Tomemos a "crise" como o exemplo de algo. Como exemplo de uma situação generalizadamente pouco querida. O que fazemos em situações deste género? Usemos aquilo que estamos a fazer perante esta crise como um exemplo!

No workshop exploramos algumas atitudes padronizadas: a negatividade e a positividade, o pessimismo e o otimismo. E fomos em busca do famoso Double Thinking e como podemos utilizá-lo para criar utilizações mais eficientes dos nossos recursos.

Espero que esta "crise" seja uma real oportunidade de crescimento (para mim, para ti, para todos) e que tenhamos a clarividência de a utilizar como um ponto de alavancagem, um ponto de mudança pessoal e social. Que cada um assuma a responsabilidade de se mudar a si próprio parece-me um excelente ponto de partida!


Pedro Vieira, CEO, Formador, Palestrante e Master Trainer em PNL da LIFE Training

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